sexta-feira, 3 de junho de 2016

CENÁRIO POLÍTICO DE PALMARES DE SUL 2016 - NENHUMA NOVIDADE! OS PERSONAGENS RESTAM INALTERADOS HÁ 30 ANOS.

FOTO TIRADA NO 25º PROJETO RAÍZES - JOÃO TADEU, NEY AZEVEDO, PAULO LANG, LUCIANO BINS E ERNESTO ORTIZ. O ÚNICO QUE NÃO CONCORRERÁ A PREFEITURA EM 2016, É NEY AZEVEDO


O quadro político mundial demonstra a ansiedade por novidade, por mudança genuína dos políticos e sobretudo da forma de fazer política. No entanto Palmares não tem a competência de alterar seus quadros de políticos como um todo.
Pelo segundo período pré-eleitoral consecutivo, o advogado Afonso Praça Baptista - PP (foto) tentou representar esse ar de mudança, que Paulo Lang muito bem representou, conquistando mais de 60% do eleitorado, na eleição de 2012. Porém novamente desistiu de concorrer. Também pudera, é uma pessoa não popular, que não frequenta bares, que não frequenta mesas de jogo da cartas e jogos de futebol, não se faz presente em eventos municipais populares e filantrópicos, tais como festas de igreja, escolas e agremiações, na visão da grande maioria da população é muito antipático e arrogante, e nem mora mais no município. Aliás nem aparece em Palmares, parece nutrir aversão a essa terra, não se sabe como teve a intenção de ser candidato se não tem o hábito de cumprimentar os eleitores e não estende a mão para ninguém. Sua candidatura sempre foi encarada como jogo de cena, e não algo que pudesse de fato prosperar.
Contudo, inegavelmente, era o único personagem novo, nesse cenário de "figuras repetidas".
Com a desistência de Afonso, uma figura política nada nova mostrou interesse de concorrer com apoio do confuso PP e do enfraquecido PMDB. Com 3 mandatos de vereador, um como vice-prefeito de Luciano Bins (1997-2000), e dois mandatos como prefeito, esse é o período mais longo que João Tadeu Vasconcelos - PTB (foto) passa fora do poder público local, 8 anos. Mesmo tendo sofrido uma derrota acachapante em 2012, fazendo tão somente um pouco mais de 1.500 votos, o ex-prefeito das gestões de 2001 a 2004 e 2005 a 2008, único prefeito reeleito em mandato subsequente, mesmo tendo negado e dado a palavra que não mais concorreria, não conseguiu se conter e ficar de fora, e vai disputar as eleições. Coragem é visto que não lhe falta, talvez empenhe sua ideia, em que o povo o queira de volta, saldando os 8 anos de boa administração, e de austeridade governamental. Todavia, segundo informações, o PP abriu mão da cadeira de vice-prefeito e o PMDB indicou o nome do atual vice-prefeito João Aguiar - PMDB (o da esquerda na foto abaixo), que também tem ficha longa de serviços prestados a política palmarense, dificultando ainda mais a oferta de renovação, já que este, integrou a chapa vitoriosa de Paulo Lang, mas cindiu com o atual gestor, sendo hoje adversário declarado do membro petista.
Aliás, aqui cabe um breve histórico. Todos criticam Michel Temer, mas os vices-Prefeitos de Palmares dos últimos 20 anos nunca deram exemplo de parceria e fidelidade com os Prefeitos. 
Na gestão de Luciano Bins  de 1997 a 2000, Tadeu "pulou do barco" bem antes de terminar a gestão, e segundo informações da época, o prefeito o isolou longe da prefeitura, em um prédio independente. No mandato seguinte, o vice era Bebeto, ansiando ocupar a cadeira de Prefeito, muito falava na rua de suas aspirações e projetos, mas o que se sabe, é que Tadeu, desocupou transitoriamente muito pouco o posto, nem férias tirando nos 2 primeiros anos, para não viabilizar a ascensão do vice ambicioso, impedindo-lhe ter o gosto de sentar na cadeira de prefeito.O distanciamento dos dois, viabilizou a troca do vice na reeleição, a qual Tadeu, polemicamente, não cumpriu acordo, reduzido a termo e assinado antes do pleito de 2000, em que se comprometeu a ser vice de Bebeto nas eleições de 2004, invertendo a chapa, assumindo o posto de vice Joaquim Azevedo. Esse não brigou com o prefeito, pois passou 4 anos fazendo duas atividades, andando de carro pela cidade, com o artifício de fiscalizar os problemas que afetavam o povo e degustando um cigarrinho, fumante inveterado que era. Já na gestão 2009 a 2012, foi o retrato do fisiologismo e da conveniência política, onde tinha Ernesto Ortiz de prefeito e Luciano Bins de vice-prefeito. Luciano aceitou o posto, com a nítida esperança que, no meio da gestão, vagasse o cargo com a cassação do seu companheiro de chapa, proveniente de processo judicial ensejado por fato administrativo e improbo ao qual o mesmo foi o denunciante. É confusa a relação, talvez tenhamos que reler esse ultimo trecho, mas é exatamente como foi escrito. Ocorre que não foi preciso ocorrer a Suspensão dos Direitos Políticos de Ortiz, um insperado e nada projetado Processo de Impeachment foi manejado, e Luciano, sem demora, pulou para o lado dos denunciantes, apoiando a cassação, que no fim ocorreu. E agora Paulo Lang e João Aguiar. Antes de 2 anos, a relação já não era amistosa, e o vice, prematuramente, lançou-se a pré-candidato a prefeito.
Luciano Bins - PDT (foto), exímio estrategista político, passou 4 anos negando querer voltar a Prefeitura, dizendo estar fora da disputa para todo o sempre, mas logo voltou atrás, e lançou-se a pré-candidato, com as desculpas de pressão de correligionários de seu PDT. Seu, pois todos sabem, que ele é o grande líder, que nada é feito pelo PDT, sem o seu aval ou iniciativa. Luciano ficou a testa da administração publica 10 anos e meio, nas gestões de 1989 a 1992, 1997 a 2000 e de agosto de 2010 a 2012. Crê-se que já tenha dado sua contribuição em abundância para o município. Todos sabem que sua primeira gestão foi uma demonstração de desenvolvimento de infra-estrutura, mas já a segunda, administração tomada de Ernesto Ortiz (1993/1996) foi muito difícil, com atrasos de salários, e pagamentos parcelados de fornecedores e locadores dos prédios públicos, além é claro do inchamento das despesas do município, com as famigeradas assunções de cargos de confiança e aumento de salários, mesmo sem que a entidade pública tivesse condições de sustentar. Quem esquece do aumento dos salário dado entre 2011 e 2012, em que a previsão era de 8% e o então prefeito Luciano concedeu 14%, levando as despesas de pessoal ao limite perigoso de 51% da receita total. Desgastado saiu da administração, com índices de rejeição altíssimos, prometeu abandonar a vida pública, para dedicar-se a vida apenas partidária, mas não sustentou a palavra. Aliás, os políticos de Palmares não sustentam suas palavras com referência ao abandono da vida política.

Não podemos esquecer de Ernesto Ortiz - PPS (foto), que segundo muitos entendidos, se passar pelas complicações da Lei da Ficha Limpa, volta de um ostracismo político de 5 anos, com a "corda toda" e vai "abocanhar" pela terceira vez o gabinete de prefeito de Palmares do Sul. Ortiz, embora tenha nascido na Espanha, é o típico político brasileiro, bom de papo, não é um excelente orador, mas é carismático, popular, inteligente, envolvente, perigoso conquistador de corações femininos nas horas vagas, e tem uma capacidade de vitimização extraordinária, tal qual figuras como Maluf, Collor, Lula, Quércia, hoje, a Dilma, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, que nunca fizeram nada, negam escutas telefônicas e até a própria assinatura, são inocentes, e vítimas de perseguição política. O homem abre a boca só para dizer que é um injustiçado, mas quem esquece que o próprio, em defesa do Processo de Impeachment que encarou, disse a imprensa municipal, estadual e nacional, com material nos sites do Correio do Povo e R7, que "não era culpado das acusações de corrupção, mas sim que não teve habilidade administrativa". Essa declaração, que legitima a cassação, pois atos de infração politico-administrativas, nada mais são do que atos de inabilidade que trazem prejuízo ao erário, esse material está disponível no grande portal da internet, para quem quiser examinar, é só procurar, fato que já o qualifica a não concorrer a nada, e calçar as pantufas da aposentadoria. De incompetência e falta de habilidade, Palmares já está farta. Não se pode imaginar que 6 anos fora do cenário político, o fez nutrir capacidade e habilidade administrativa. Não podemos esquecer que antes do Impeachment do Prefeito, em um ano e meio, este já ostentava 5 processos de Improbidade Administrativa e vários Inquéritos Civis no Ministério Público. Sem falar de ter ficado suspenso por processo originário da sua primeira gestão, dos anos de 1993 a 1996. Também não pode passar despercebido os R$ 1.400.000,00, que Palmares teve que pagar a Capivari do Sul por erro do ex-prefeito na época da emancipação daquele município. Assim como os inúmeros processo judiciais que o pré-candidato enfrentou e ainda enfrenta, inclusive o de Suspensão de seus Direito Políticos, pena aplicada a poucos políticos, não podendo esse, nem votar na própria filha, candidata a Deputada Estadual em 2014, e eleita, por ausência de título de eleitor. Será que é tão inocente e vítima assim? Será que é tão perseguido? A única coisa que podemos ter certeza é que ele é inábil, pois o mesmo afirmou isso publicamente.
Já Ellis Regina - PSB (foto) é a pré-candidata com maior valentia. Também não pode ser considerada uma novidade, já que foi vereadora de um mandato. Relatora do processo de Impeachment de Ortiz, que e impiedosamente o mandou para a "forca", assim como candidata a prefeita pelo pleito de 2012, onde não conseguiu alcançar 10% do eleitorado, perfazendo 440 votos. Ellis é mulher decidida, e antes de tudo considerada a musa da política municipal. Embora já tendo rompido a marca de Balzac (mais de trinta anos de idade) há muito tempo, é pessoa que ostenta atributos físicos elogiosos, mas fica nisso. Seu discurso, é um tanto quanto agressivo e um pouco demagógico, onde vende a ideia de ser a unica salvação de Palmares, e que os demais não nutrem a capacidade, e sobretudo a vontade política de fazer, mas ela sim. No outro pleito, tendo como conselheiro, Gilberto Mattana - PSD, ao qual carinhosamente chamava de Mestre, e ao certo, a população não sabe qual era a relação que nutriam, encarou o pleito de qualquer maneira. Brigou com o Mestre dela, e hoje tem como apoio nos bastidores, Bebeto, que saiu do PP por perder a eleição ao Sindicato Rural, e julgando não ter apoio do partido, partiu da sigla. Outro apoio, "peso pesado" da política palmarense, e grande nome a sociedade local, que anda de mãos dadas com a ex-vereadora, é o popular Codorna, que alistou-se como general da campanha da pré-candidata. Ocorre que a história de Ellis é um pouco complexa no que se refere a administração de conflitos em grupo, ela mais parece confortável, quando está em um partido pequeno, em que a mesma voe sozinha sem disputa interna. Em 5 anos, a Loira foi do PRB para o PSD, filiou-se ao PP, depois de perder as prévias e fundou às pressas o PSB, filiando dois vereadores do PTB, Raul Dias e Charles Weber. Por vezes, aparentando delírios, propaga aos demais ideias inaplicáveis, candidatos a vice, que jamais aceitarão seu convite, e que até já negaram, a exemplo de Gilson Gil, que negou ser vice de Afonso Praça Baptista no PP, dizendo que não entrará na política, e Ellis diz que ele é um dos cotados a ser seu vice. Assim como demonstrar muita vontade, mas muito pouco cacife político.
Então, por fim, temos o Prefeito, candidato a reeleição, Paulo Lang - PT (foto). Sem a menor sombra de dúvida, Paulo foi uma decepção retumbante, pois fez 63,65% dos votos na eleição de 2012, parecia ter surgido uma liderança política fortíssima e na verdade, hoje resta isolado com meia duzia de fanáticos apoiadores que são recompensados com cargos públicos. Além disso, Lang, que prometeu muito a muitos, não conseguiu fazer quase nada, demonstrando muita facilidade em nomear e exonerar figuras em seu governo. Políticos dizem que ele opera tranquilamente a receita petista de fatiamento do poder por apoio partidário, e mesmo assim não convence ninguém em apoia-lo. Embora o slogan de sua campanha tenha sido, "nem como era, nem como está", prometendo melhorias, segundo opiniões de muita gente, ele alcançou seu objetivo de maneira adversa, pois o município nunca esteve tão ruim como está. Com uma característica pessoal muito instável, a exemplo de seu governo, esbanja desequilíbrio emocional, inconstância comportamental e total falta de espírito político e democrático, já que repele violentamente, a beira de um ataque de nervos, e de sair no braço, qualquer crítica, tomando como inimigos pessoais, aqueles que se opõem a sua administração. Sem falar em seu comportamento em sociedade, ao qual demonstra exemplo, do que não se deve fazer consigo e com os que o cercam.
Enfim, esse é o bucólico quadro político de Palmares do Sul. Acredita-se que não haverão motes de campanha que possam apresentar palavras como 'renovação', 'mudança', 'união', 'nem como era, nem como está', 'novo', pois o que é apresentado, já foi visto, e o prognóstico de mudança é completamente pessimista, já que se não fizeram quando foram detentores de seus mandatos, por qual motivo fariam se eleitos.
Deus nos salve.



4 comentários:

  1. Meus parabéns ao anônimo escritor. Quem escreveu isso tem um conhecimento aprofundado sobre a cultura palmarense. Muitos detalhes e críticas circulam no texto. Gostaria, somente, de saber, se os futuros textos terão a neutralidade que esse parece ter ou serão especulativos. Irei aguardar.

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  2. Muito bom, parabéns. Gostei. Parece que no ano que vem teremos mais do mesmo na Administração Pública Municipal, infelizmente.

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  3. Muito bom, porém fico com medo do "Deus nos salve", se já não basta a corrupta e ideológica bancada evangélica, as igrejas estão entranhadas na atual administração municipal, com pastores e seus filhos em altos cargos somente visando os votos de suas "ovelhas". Cadê a laicidade do estado?

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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